domingo, 10 de abril de 2011

A Imigração na Europa


Quando se pensa em Europa, pensa-se logo em arte, riqueza, oportunidade, sucesso, ou seja, em um lugar desenvolvido. Essa imagem faz dos países do continente europeu uma atração para estudantes, turistas, refugiados, e, principalmente, pessoas que desejam uma melhor perspectiva de vida. A Europa é hoje um lugar com um fluxo imigratório (oriundo principalmente de países africanos, mas também do Oriente Médio e da Ásia) cada vez maior, que tem causado uma série de consequências.

Imigrante ilegal sendo barrado pela polícia

O tratamento dado aos imigrantes pelas autoridades nem sempre é o apropriado e, ao contrário, segue uma política de contra-informação, numa tentativa de minimizar os direitos dos imigrantes e sujeitá-los a diversos obstáculos burocráticos. Em alguns países europeus, crianças e adolescentes são fichados como adultos após exames pouco confiáveis para a determinação de sua idade. O deportado pode aguardar por muito tempo uma resolução do governo e no caso de crianças pequenas e adolescentes, já ocorreram erros inaceitáveis. De acordo com um relatório sobre a imigração no território francês aparece:

"As autoridades francesas quiseram deportar uma criança chadiana para o Egito, uma criança egípcia para Madagascar e, em 2008, consideraram a expulsão de um menino camaronês de cinco anos para o Iêmen"

Com a explosão da crise econômica, atitudes xenofóbicas ficaram ainda mais explícitas e o tratamento dado aos estrangeiros se tornou ainda mais agressivo. Muitas pessoas discriminam imigrantes por falarem uma língua diferente, ou morarem em bairros de periferia, ou até porque acham que o desemprego é culpa dos imigrantes, assim como o terrorismo, o que tem reforçado o aumento de europeus de extrema direita, como já citado no post anterior sobre o neonazismo.

Histórico

Após a Segunda Guerra Mundial, os países da Europa se reconstituíram e passaram a ter um grande desenvolvimento no setor industrial, sobretudo a Alemanha e a França. Esse fato, a um primeiro momento, passou a atrair imigrantes do próprio continente em busca de empregos. As vagas que surgiam eram direcionadas a trabalhadores de baixa qualificação que recebiam, conseqüentemente, baixos salários e eram geralmente sem vínculos empregatícios.

Houve então uma mudança da origem desses imigrantes no decorrer das décadas de 1970 e 1980. Os trabalhadores passaram a ser oriundos das ex-colônias da Europa, como países da América Latina e da África, que enfrentavam crises de empobrecimento em seus países. A emigração para países mais prósperos tornou-se uma solução para a população dessas ex-colônias, então até mesmo países menos desenvolvidos do leste europeu passaram a receber grandes levas de trabalhadores.

A França, por exemplo, foi sendo lentamente islamizada; o número de muçulmanos tornou-se cerca de 10% de sua população. Isso gerou uma série de medidas do governo com relação à cultura francesa, tentando adaptá-la aos islâmicos, mas que acabaram por ser motivo de manifestações.

Na Alemanha e na Suíça a xenofobia foi mais intensa, havendo uma grande segregação da população. Os estrangeiros não podiam se misturar com os naturais, sendo tratados apenas como mão-de-obra barata. Uma série de leis que tiravam direitos de naturalização dos trabalhadores estrangeiros foi aprovada, dificultando ainda mais as condições de vida dos imigrantes.

A Itália e a Espanha, sendo, ironicamente, países que sempre prezaram o “puro sangue” dos naturais, possuem taxas de natalidade tão baixas que a reposição de mão-de-obra é feita em sua maioria por estrangeiros, sobretudo muçulmanos.

Devido a essa imigração intensa, a Europa deixou de ser um continente tão receptivo aos estrangeiros. A partir dos primeiros anos do século XXI a política em relação à imigração se tornou cada vez mais restrita, não só pelos governos de extrema direita, como também pela esquerda, que cedeu às pressões dos eleitores. Países como a França, a Alemanha, o Reino Unido e os Países Baixos já criaram leis para dificultar a entrada de imigrantes em seu território.

No dia 18 junho de 2008 o Parlamento Europeu aprovou na França uma lei que harmonizaria as regras dos países europeus em relação aos imigrantes ilegais, a diretiva do retorno. A medida gerou polêmica mas, contrariando expectativas, a lei foi aprovada por uma ampla maioria dos Estados-membros.

As bancadas de esquerda do Parlamento apresentaram uma série de emendas ao documento que, se aprovadas, retrocederiam o processo de negociação. No entanto, o Partido Popular Europeu, que tem ideologia centro-direita, conseguiu que a lei fosse aprovada tal como foi apresentada.

A União Europeia

Aprovado em 2008, o Pacto de Imigração e Asilo Político – ainda vigente na Europa - prevê a unificação das políticas migratórias da União Europeia. Elaborado pelo presidente francês Nicolas Sarkozy, o pacto, apesar de nada trazer de propriamente novo, marca uma posição mais dura da Europa em relação aos imigrantes (principalmente ilegais) residentes nos países do bloco. Além disso, tem a intenção de estreitar as relações com os países de origem e maior controle das fronteiras européias.

“No que diz respeito à imigração, nosso foco será assegurar uma política de migração balanceada que se dirija aos problemas da imigração irregular e, como objetivo da UE para 2020, abra caminho para a imigração legal para a UE, uma via para a recuperação sustentável da economia. Uma prioridade será, portanto, a consolidação de uma política comum de imigração e asilo que incluirá ações como o desenvolvimento de sistemas novos e flexíveis de admissão para imigração econômica; iniciativas para apoiar a integração suave de imigrantes nas nossas sociedades; e a proposta de um Sistema Europeu de Imigração e Asilo baseado em solidariedade e respeito aos direitos humanos.”

Retirado do site da European Comission of Home Affairs, página Mission & History (Missão e História). Tradução livre. http://ec.europa.eu/dgs/home-affairs/index_en.htm

A intenção geral do pacto é, naturalmente, favorecer economicamente os países participantes do bloco. A Europa procura, com suas políticas migratórias, manter longe o “problema” dos imigrantes provenientes de países mais pobres em busca de trabalho, ao mesmo tempo em que procura preencher eventuais lacunas no mercado de trabalho europeu com mão-de-obra estrangeira. Por isso, os países têm tomado medidas cada vez mais rigorosas na concessão de vistos de residência e asilo, procurando conter, em certos casos, até a imigração familiar.

Essa tem sido, portanto, a posição geral adotada pelos países da União Europeia nos últimos tempos: O enrijecimento das regras e geral rejeição aos estrangeiros, apesar do decrescimento populacional e sistema previdenciário cada vez mais ameaçado pelo envelhecimento da população.

Bibliografia

· http://imigrantes.no.sapo.pt/page3.html

· http://www.publico.pt/Sociedade/maioria-do-crescimento-populacional-na-europa-devese-aos-imigrantes_1368089

· http://www.anovademocracia.com.br/no-64/2748-fascismo-europeu-humilha-jovens-estrangeiros-

· http://www.jornalorebate.com.br/site/solidariedade-internacional/5562-os-imigrantes-na-europa-e-a-reascensao-do-fascismo

· http://www.euranet.eu/por/Dossier/Imigracao/O-novo-Pacto-sobre-Migracao-visa-gerir-a-politica-de-imigracao-da-Uniao-Europeia.

· http://sul21.com.br/jornal/2011/01/ue-adota-novas-regras-para-imigrantes-para-preservar-mercado-de-trabalho/

· http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI3261863-EI8142,00-UE+aprova+Pacto+Europeu+sobre+Imigracao+e+Asilo.html

· http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/os-imigrantes-na-europa.htm

· http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o

· http://imigrantes.no.sapo.pt/page3Envelhecimento.html

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